Roteiro destinado à orientação de professores para condução de suas aulas

Para trabalhar com a metodologia de RP, Allevato e Onuchic (2014) apresentam um roteiro para auxiliar os professores na elaboração do planejamento de suas aulas. Esse roteiro contempla 10 etapas, caracterizadas e apresentadas a seguir: 1) Proposição do problema Selecionar ou elaborar um problema, visando à construção de um novo conteúdo, conceito, princípio ou procedimento. Esse problema será chamado de problema gerador, e o conteúdo matemático necessário para a resolução do problema ainda não deve ter sido trabalhado em sala de aula. 2) Leitura individual Entregar uma cópia do problema para cada aluno e solicitar que seja feita sua leitura. A ação nessa etapa, é do aluno; ao ler individualmente, tem possibilidade de refletir, de colocar-se em contato com a linguagem matemática e desenvolver sua própria compreensão do problema. 3) Leitura em conjunto – Solicitar nova leitura e discussão do problema, agora em grupos. O professor ajuda os grupos na compreensão do problema e na resolução de problemas secundários, mas ainda as ações são realizadas, essencialmente pelos alunos. Nessa fase, exercitam a expressão de ideias, para o que necessitarão utilizar e aprimorar a linguagem, a fim de expressar-se com clareza e coerência e fazer-se entender. 4) Resolução do problema A partir do entendimento do problema, sem dúvidas quanto ao enunciado, os alunos, em seus grupos, num trabalho cooperativo e colaborativo, buscam resolvê-lo. Isso lhes conduzirá à construção de conhecimento sobre o conteúdo planejado pelo professor para aquela aula. Nessa etapa, a ação dos alunos volta-se à expressão escrita, pois, para resolver o problema, precisarão da linguagem matemática ou de outros recursos de que dispõem: linguagem corrente, desenhos, gráficos, tabelas ou esquemas. 5) Observar e incentivar – Enquanto os alunos, em grupo, buscam resolver o problema, o professor observa o trabalho, os incentiva a utilizar conhecimentos prévios e técnicas operatórias já conhecidas, e a troca de ideias.  Ainda, o professor auxilia nas dificuldades, sem fornecer respostas prontas, demonstrando confiança nas condições dos alunos. 6) Registro das resoluções na lousa – Representantes dos grupos são solicitados a fazer o registro de suas resoluções na lousa. Resoluções certas, erradas ou feitas por diferentes processos devem ser apresentadas. 7) Plenária – O professor estimula os alunos a compartilhar e justificar suas ideias, defender seus pontos de vista, comparar e discutir as diferentes soluções, isto é, avaliar suas próprias resoluções de modo a aprimorar a apresentação (escrita) da resolução. 8) Busca do consenso – Depois de sanadas as dúvidas, e analisadas as resoluções e soluções obtidas para o problema, em um esforço conjunto, professor e alunos tentam chegar a um consenso sobre o resultado correto. 9) Formalização do conteúdo – Neste momento, o professor registra na lousa uma apresentação “formal” – organizada e estruturada em linguagem matemática - padronizando os conceitos, os princípios e os procedimentos construídos através da resolução do problema, destacando diferentes técnicas operatórias construindo demonstrações, se for o caso. 10) Proposição e resolução de novos problemas – Objetivando realizar avaliação contínua, novos problemas relacionados ao problema gerador são propostos aos alunos, a fim de analisar se foram compreendidos os elementos essenciais do conteúdo matemático introduzido e consolidar as aprendizagens construídas nas etapas anteriores, bem como aprofundar e ampliar a compreensão acerca daquele conteúdo ou tópico matemático, gerando um círculo que se configura pela construção de novos problemas, e assim por diante.